24 de maio de 2009

Sándor Márai

Após o fantástico "As velas ardem até ao fim", rendo-me outra vez, e desta vez de forma mais acentuada acabado agora "A herança de Eszter". Sándor fala de sentimentos e de lembranças como ninguém... Deixa-me desarmada a forma como ele escreve e descreve o "fundo do coração".
Citando-o em "A herança de Ezster":
"A lei do mundo dita que se deve terminar o que alguma coisa se começou. Não é grande motivo de alegria. nada chega a tempo, nunca a vida te deu nada quando precisavas. Sofremos longamente por essa desordem, por esse atraso. Julgamos que alguém brinca connosco. Mas, um dia, percebemos que uma ordem maravilhosa e perfeita habitava em tudo... que duas pessoas não podem encontrar-se um dia antes, mas só quando estiverem maduras para esse encontro. Maduras não segundo as suas inclinações ou preferências mas interiormente, obedecendo à lei irrevogável da astronomia, tal como se encontram os corpos celestes na imensidão do espaço e do tempo, com rigorosa exactidão, nesse segundo que é o segundo de ambos, na sucessão dos milénios e da infinitude espacial."...
"vês Eszter, o reencontro é quase mais excitante e misterioso do que o primeiro encontro... há muito que sei isso. Reencontrar alguém que amámos não é como voltar ao "lugar do crime", atraídos por uma necessidade irresistível, como se diz nos romances policiais?..."

e assim termina
"minha querida - leu - a vida brinca connosco de uma forma maravilhosa. Não tenho mais nenhuma esperança senão ter-te encontrado a ti para sempre..."

Lindo!
(que livro começar agora que estou neste nível tão alto?!)

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